domingo, 15 de novembro de 2009

Tenho fome, e me preocupo com isso...

Todos nós sentimos em algum momento que ainda não estamos completamente cheios. E sempre queremos mais e mais, chegamos a um ponto crucial, onde temos que escolher por qual caminho seguir, e a maioria de nós, escolhe o mais fácil, o mais proveitoso, o que nos trará mais retorno. A maioria de nós está mais preocupada em qual vai ser a próxima festa que temos pra ir, qual a moda do momento, ter o cabelo perfeito, ter o carro do ano, usar as marcas que estão em ascensão. Pessoas sem nenhuma índole, que sentem fome, sentem fome de poder, pessoas do qual só querem estar por cima, apenas o sentimento de superioridade fazem com que se sintam “cheias”, ou não. A ambição está em todos, mas de maneiras bem diferentes, muitas pessoas aspiram a popularidade, apenas querem ter seus nomes na boca da galera, nas revistas e jornais, as atitudes que cometem para conseguir tal ascensão, não possuem limites. Algumas sentem fome de aventura, sexo, paixões, carinho, etc...

Mas todos nós sentimos fome, de coisas das quais não é a matéria prima pra formar quem somos, ou não eram pra ser, éramos pra ser apenas caracterizados pelo que somos na real, e não porque temos, porque queremos, pelo nosso egoísmo. Sim, acho um egoísmo querer sempre mais do que se tem. Quem já deixou de ir a uma festa, ou à algum outro lugar com a comum explicação de “eu não tenho roupa”, já pensou que há pessoas que realmente deixam de viver coisas muito menos consideráveis do que uma ida a um simples aniversário, por realmente não ter o que vestir, gente que mal pode ir a uma entrevista de emprego por não ter como se vestir adequadamente, essa pessoa sim tem fome, fome de um mundo melhor. Enquanto nós que temos a facilidade em nossas mãos, não enxergamos e continuamos achando pouco o muito que temos. Todos sabem que o necessário pra uma pessoa não seria muito mais do que dois pares de sapatos, e algumas mudas de roupas, mas pense com você, quantos sapatos você possui? Quantos deles o preço não alimentariam uma família inteira? Pois é, muitas crianças vão para escola descalças por não ter um mero chinelo para calçar, e nem por isso eles estão reclamando.

Quantos de nós reclamamos por nossos pais nos dar pouco dinheiro pra sair, mas esse pouco que recebemos, é muito pra quem precisa agente só pensa em nós, quanto gastamos com caprichos? Com coisas fúteis, e continuamos achamos que estamos certos, porque se preocupar, se eu estou bem. Reclamamos do almoço que nossa mãe fez hoje, reclamamos que a empregada manchou nossas roupas, reclamamos do cabeleireiro que fez o corte errado, reclamamos de ter um carro popular, reclamamos que as mil peças de roupas que temos guardadas são poucas, e precisamos comprar a coleção nova, reclamamos porque o avião atrasou, reclamamos porque o limite do cartão está pequeno, reclamamos e reclamamos. E estamos reclamando de barriga cheia, na verdade não estamos com fome, mas sim com um pecado bem comum, que compõe os sete pecados, a gula.

Quem realmente tem fome, está calado, e isso é preocupante pois quem precisa gritar e se impor por também ser um cidadão como todos nós, está acomodado com o sofrimento, talvez por estar cansado de lutar e não chegar a lugar nenhum. Pessoas das quais não possuem 50 centavos para dar aos filhos levarem na escola, e nós aqui reclamando que 100 reais é pouco para ir ao shopping. Não possuem um alimento digno de um ser humano comer, buscamos nos nossos restos, na comida da qual reclamamos e jogamos no lixo, o sustendo de uma família inteira, onde na verdade deveríamos ter vergonha, porque em tese, essas pessoas são muito melhor que nós em simplicidade, humildade, etc.

Pessoas que não possuem roupas, muito menos para ser manchada, nossa roupa de marca, manchada que para nós não tem mais utilidade, pode matar o frio de alguma criança, ainda pode ser útil, mas não vemos, manchou? É apenas um pretexto para comprar uma nova. Cabelos embaraçados, sujos, que talvez nunca viram shampoo, e nem por isso estão armando escândalos.
Apenas gulosos, nada mais são as pessoas que agem dessa tal maneira. Quem tem fome de verdade está calado, quem precisa de verdade continua cada vez precisando mais, e quem possui de sobra, está insatisfeito.

O mais preocupante não é o grito dos maus, mas sim o silêncio dos bons.

Aprendi que a vida que levo, é passageira, e meus atos nessa vida não duram pra sempre, minhas roupas, meus sapatos, cabelos, penteados, sorrisos, e memórias, um dia iram sumir, e o não restará nada de mim. Meu modo egoísta de pensar só em mim e nem dar bola pra quem realmente precisa de atenção, está retraído em algum lugar, esperando que um dia nos tocássemos e passássemos a tratá-los como gente, e não como seres inferiores.

Mudei bastante, mudei minhas atitudes, meus conceitos. Acho que só em termos consciência que muita gente daria tudo pra termos o que temos, e aceitar que já temos o suficiente, já é um começo, e como diz meu grande pai, se cada um fizer sua parte, não haverá problemas futuros, tudo se resolve. Não adianta pensar que se só eu mudar não adianta de nada, então continuarei fazendo como todo mundo. Se eu mudar, e servir de exemplo para apenas uma pessoa, já é o suficiente, pois essa pessoa servira de exemplo para outra, e assim sucessivamente, o mundo sorriria um sorriso mais bonito, não para sair bonito em uma foto, mas sim por estar realmente digno de sorrir.

Eu me preocupo com a fome que sinto, e você, se preocupa com a sua?
Se for pouco pra você que tem, imagina pra quem não tem? Vale a pena ser tão egoísta?

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

hoje poderiamos usar o ditado de tal maneira - "é errando que se erra"

Agente encara a vida de várias maneiras, será que pelo menos uma dessas maneiras vale a pena? Pois será que em pelo menos uma delas, faremos as coisas dar certo ao nosso favor, seremos felizes, e os que gostam de nós também.
O mais difícil é saber qual é a maneira que nos levará pra vitória. É aí que entra o que tanto nos caracterizam, os erros. Impossível acertar sem errar primeiro, pois é como dizem, “é preciso cair pra aprender a levantar”. O que mais me intriga, é que todos sabem que somos falhos, que estamos sujeito ao erro em pelo menos 80% de tudo que fazemos, e mesmo assim, insistimos em julgar, caracterizar e conceituar as pessoas pelos seus erros. Estamos nesse mundo para errar mais do que acertar, aprender a dar valor, cada um carrega em si a consciência de seus erros, não precisamos de pessoas que nos listem os mesmos.
Porque será que quando acertamos não é ovacionado? Não é “divulgado”? Não é publicado? Porque nos tornamos pessoas sujas, as quais só querem se valorizar, na verdade, apenas alguns de nós, ainda ha pessoas que podem “ir pro céu”. Desvalorizar alguém pra alcançar um auto-ego melhor, é assim que a maioria de nós é, impossível de ver os acertos dos outros, as vezes até vemos, mas ficamos quietos, deixamos “debaixo dos lençóis”, pra que sair explanando? Para o (a) tornar melhor que eu? Onde na verdade, só em tomar esse tipo de atitude, nos tornas inferiores, pois não acreditarmos nem em nós mesmo, não acreditarmos em nossa capacidade, porquanto confiando em si, de que mais importa o resto?
Não vale a pena sair por aí catando os erros dos outros, e sim catar os nossos acertos. Será que temos a capacidade de julgar alguém, sem antes olhar pra dentro de si e pensar? Fácil encobrir nossos erros, aquele dos quais, só nós mesmo sabemos, difícil é lembrar-se de nossos acertos. Você pode acertar por toda a vida, mas no momento em que cometer um erro, por pequeno que seja todos os seus acertos, não valerão de nada, pois na sociedade em que vivemos errar conta, conta muito, pra te desvalorizar. Por isso eu continuo batendo na tecla de que devemos olhar pra nós, e achar nossos acertos. Será que temos acertos suficientes para desvalorizar um erro, pois até onde sabemos, apenas um erro desvaloriza todos os acertos que tivemos, então olhamos e pensamos, “poxa, eu ainda não acertei o suficiente” e correr atrás de acertos, a vida não passa de uma corrida da qual não sabemos quando está chegando o fim, então é melhor agirmos logo, antes que passemos da linha de chegada em ultimo lugar.
Tomamos atitudes até então muito precipitadas, onde só de olhar pra alguém tiramos conclusões sobre a pessoa, diferente do que aprendemos, onde sempre devemos investigar, estudar, gerar hipóteses, experimentar, pra depois tirarmos conclusões, seja lá do que for.
“Mas não, pra que eu perder tempo, já estou vendo na cara dele(a).”
Investigando – o que os amigos dizem dessa pessoa em questão. Não significa sair perguntando por aí, mas sim prestar atenção na relação da pessoa com seus amigos.
Estudando - pensar, juntar tudo que você soube, juntar tudo em uma só idéia.
Hipóteses – pensar o que leva a pessoa a tomar algumas decisões.
Concluindo - depois de todos os passos, conseguimos concluir algo, mas somente para nós mesmos.
Só podemos chegar a uma real conclusão, a partir do momento que passamos a conviver, apenas assim agente entende que os erros daquela pessoa, talvez não fossem erros, pelo menos não dela, mas sim de nós, que a julgamos de maneira diferente, e a desvalorizamos, por um erro que era nosso. Isso me faz parar e pensar, por quantos erros dos outros eu fui julgado? Somente convivendo você pode saber realmente quem é a pessoa, como ela vive o dia a dia, como ela toma as atitudes. Ou seja, as maiorias de nossos erros são por colocar erros nos outros, onde não tem. Aí então entramos em uma correnteza sem fim, quando mais eu erro por julgar sem saber, mais erros eu vejo nas pessoas, e quanto mais erros eu vejo na pessoa, vou errar mais ainda. E são por esses erros que cometemos que nos desvalorizamos, junto com as pessoas a quem julgamos. E quando começarmos a parar e pensar, e olhar os nossos erros, vão ser outra correnteza, pois iremos achar erros, até ficarmos com vergonha de nós mesmo, é aí que começamos a acertar, é onde sentimos que todas as pessoas são melhores do que nós, onde a vergonha que sentimos dos nossos erros, é o sinal de que aceitamos que erramos, e estamos na hora de acertar, desfazer os erros se possível e passar tomar atitudes devidamente corretas. Saberemos também ver onde as pessoas acertam, e a parar de se preocupar, pois quando olhamos pra dentro de nós mesmos, e vemos nossos erros e acertos, passaremos a nos conhecer, e não mais teremos dúvidas de quem somos, assim poderemos confiar em nossa capacidade, apenas em nossa capacidade.